2 de out. de 2013

What Goes Around Comes Around

Não concordo muito com essa mania que alguns têm de escolher substitutos de figuras consagradas no mundo artístico. Muitas vezes, há uma precipitação: quando surgiu, Lady Gaga foi logo apontada como a substituta da Madonna; hoje, porém, a substituta nada mais é do que uma súdita da Rainha do Pop, tamanho foi o número de referências utilizadas para dar impulso à carreira, com direito até a uma acusação de plágio. Madonna não é unanimidade, mas uma artista que, acredito, jamais poderá ser substituída.

O mesmo acho de Michael Jackson. O título de Rei do Pop, para ele, não é à toa e, dificilmente, será tomado por alguém. Mas se há um artista que merece carregar um status semelhante ao do Michael este é, definitivamente, Justin Timberlake. Não é de hoje que ele tem se mostrado um grande entertainment. Nem a pausa de seis anos na carreira musical para atuar no cinema foi suficiente para que ele fosse esquecido. Ainda que isso tivesse possivelmente ocorrido, seria impossível passar em branco com um álbum tão bom como The 20/20 Experience. Dividido em dois volumes, cujo último foi lançado oficialmente nesta semana, o disco tem mostrado que o Pop cantado por homens ainda tem salvação, pois, ultimamente, esse foi um estilo dominado, estranhamente, apenas por mulheres. Todos os méritos para Justin Timberlake são merecidos. "You go, man!"

30 de set. de 2013

O Homo digitalis é um Homo ridiculus

A revista Carta Capital desta semana traz como destaque uma reportagem com mais uma daquelas teses sobre o uso que fazemos das mídias (ou redes, como costumeiramente chamamos) sociais indicando que elas nos afastam um dos outros e são a maior causa das mazelas da humanidade.

Não quero entrar no mérito jornalístico do texto, que, também por causa do tema, acho bastante interessante. Afinal de contas, as mídias sociais têm sido responsáveis, em um espaço pequeno de tempo, por transformações no comportamento humano que, talvez, poucos supunham viver para assistir de tão perto.

Mas é bem verdade que, se não forem a causa, as mídias sociais tem acentuado o lado mais insuportável do ser humano, que tem se revelado burro, preconceituoso e pedante. Claro que, assim como o bilhão de pessoas que possui um perfil no Facebook, também me incluo nesse perfil. Não há explicação plausível para tantos posts e fotos que nada mais são do que mostrar ao outro que somos melhores em alguma coisa – e de provocar inveja, vamos nos submetendo a uma competição cujo vencedor não chega a lugar algum.

14 de fev. de 2013

Aracajuano de verdade não gosta de Aracaju



Não é Aracajuano se não gostar Aracaju. Isso é fato! Portanto, se você quer ser  aracajuano de verdade tem que odiar "Buracaju". Porque não basta que esta cidade seja a menor capital do país. As pessoas têm que ser feias, "tabaroas", não saber se comportar socialmente e, claro, falar gírias nordestinas. Onde já se viu, não é verdade? Pensando bem, esta cidade tem todos os ingredientes básicos para ser definida em apenas uma palavra: impraticável.

Afinal de contas, o quê funciona neste lugar? Os ônibus são fedidos, o trânsito fica a cada dia pior, o atendimento - em qualquer birosca ou restaurante da hi-so - é ruim; até a água da praia é desagradável: enquanto em qualquer lugar do mundo o mar é azul, o daqui tem cor de suco gástrico. É um absurdo que uma cidade consiga funcionar dessa maneira. Mais que isso: como é que um lugar assim pode ser chamado de capital?

Todo aracajuano de raíz, além de odiar Aracaju, adora, ama, sonha e viver em Salvador. Ali, sim, é um lugar para se viver dignamente. E, olha, Salvador está muito perto daqui! Tanto que se em Aracaju nunca há o que fazer, vamos para Salvador. As boates, as praias, as comidas - tudo é absolutamente melhor. Há, é verdade, quem prefira outras cidades grandes: São Paulo e Rio de Janeiro, claro, nada a menos que isso.

Atenção, porém, para um detalhe: só é Aracajuano de verdade, aquele cuja aracajuíce corre na veia, se, apesar de odiar esta cidade, mesmo nessas condições, você não se mudar daqui. Não exagere! Sair de Aracaju, se não for para fazer turismo, só se for para "dar um tempo", ou para crescimento pessoal.

Foto: André Moreira/PMA

Vendem-se temas para conversas interessantes

Deveria existir alguém por aí distribuindo temas. Seria uma espécie de entregador ou ambulante que teria como missão especial tonar a conversa entre algumas pessoas menos chata e monotemática. A maioria das pessoas que, certamente, iriam adquitir os serviços desse profissional não sabe que precisa. Mas nada que uma boa campanha publicitária, ou um desses vídeos virais não resolvesse.

Caso esse profissional existisse, imagine como seria lindo viver em um mundo onde as pessoas falassem sobre mais do que cinco temas? E, claro, nas circunstâncias atuais, esse seria um sujeito rico; riquíssimo, aliás, daqueles de ameaçar a fortuna do Eike Batista. É isto: a maioria das pessoas só consegue falar sobre cinco temas. Pense comigo, veja as suas olheiras no espelho e conte: cinco temas. Esse dado é empírico. Mas basta analisar as mídias sociais e o histórico de conversas no chat para comprovar que a tese é válida. Não é verdade?

Se as pessoas passassem a conversar sobre mais que cinco temas, haveria muito mais gente interessante no mundo. Tão interessantes que não ia existir gente solteira no mundo.

O primeiro post

Escrevo (aliás, digito) tanto, mas tanto, que não sei porque cargas d'água inventei de criar um blog (aliás, mais um - se criar blog virasse uma profissão e pagasse bem, certamente eu seria contratado). Menti. Sei sim: a vontade de escrever sem limite de caracteres e para mais gente do que os seguidores do Twitter ou os amigos do Facebook.

Ou, talvez, em meus sonhos mais ambiciosos, exista a vontade de ficar rico escrevendo baboseiras na internet como muita gente faz - já que no jornalismo...tsc!...ficar rico (mesmo escrevendo as mesmas bobagens) é quase impossível. Pelo menos algum bônus é preciso ter para se dedicar com afinco a uma atividade que parece não levar a pessoa a lugar algum, não é verdade? Se eu não conseguir, pelo menos terei tentado.